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Poesias

 

Anitas

Eduardo Fraga

 

Quem são essas mulheres de hoje?

Não são como as de outrora,

não empunham adagas e garruchas,

nem se postam rezando pra guerra sessar.

 

Hoje, os tempos são outros e as lutas também

mas, assim como Anita, essas, desbravam rios, montes e matas

com seus Menotes nos braços, peleiam dia a dia pelo regalo das auroras,

são mães... criollas, mães ternas, mães belas, mães de outras mães.

 

Carregam no sangue a bravura das heroínas e a ternura dos versos,

mulheres coragem, que desafiam nações,

montam cavalos, comandam peões e nas academias,

levam a luz do dia pra libertar dos grilhões.

 

E quando cavalgam nas asas do vento com seus pavilhões de campo e flor,

parecem Valquírias em seus fletes alados, campereando no céu,

até os guardiões das coxilhas silenciam seus alardes, em respeito e devoção,

são elas: as senhoras do tempo, deusas em seus altares campeiros.

 

Não há tempo feio pra quem reculuta glórias,

pra quem doma potros, pra quem é da lida,

amadrinhando gerações gaúchas, farroupilha

e no reponte da vida, campeiam almas perdidas pra tropear tradições.

 

 

Sopro do Minuano.

Eduardo Fraga

 

Braseiros no céu da noite.

Faíscas sobre os galpões,

Ouço rufar de tambores

Descendo como clarões.

 

Quero-queros, em alardes,

Num floreio alucinado,

Ao levantar das aguadas;

Quando estoura um mandado.

 

É assim um dia no campo

Que termina em temporal,

O campeiro apressa a tropa,

Pra passar no banhadal.

 

Sopra, sopra minuano,

Leva contigo minha canção,

São coplas e um povo antigo

De raiz e tradição.

 

O vento vem rugindo

Na parede do galpão,

Parece um leão faminto

Numa noite de verão.

 

Vejo a geada branqueando,

Os campos e o corredor,

O tempo tem sido rude

Pra o gaucho peleador.

 

É dura a vida no campo,

Pra quem vive na campanha,

Mas ao chegar no galpão

Um mate e um gole de canha...

 

O catre descansa o corpo,

e acalenta a alma da gente,

Amanhã, começo tudo de novo,

Pois, camperear é a sina desse vivente.

 

 

Retorno.

Eduardo Fraga

Ressoa no horizonte o tilintar das chilenas.

É o minuano matreiro reponteando o inverno.

No rancho, o borralho bendito, aquece a alma fria dos corações solitários.

E debruçada na janela, dois olhos campeiam, ao longe, o guerreiro andante, que um dia virá pra ficar.

 

 

Olhos de Sonhos.

Eduardo Fraga

Quando a flor mais bela do rancho, com olhos de sonhos bombeia pra mim.

 

 

Anita guerreira.

Eduardo Fraga

Anita guerreira do tempo passado.

Com um brado levante, em frente se vai.

Campeia ao longe, a liberdade no pago.

Nos dias de hoje meus versos se esvai.

 

 

Recuerdos do passado.

Eduardo Fraga

No alarde sorrateiro do silêncio, revolvo reminiscências dos tempos de antanho, que não voltarão mais.

Mas pra consolar o vivente, o tempo encurta a distância, deixando marcado na retina, a queromana menina, a flor mais linda do jardim... da minha existência.

 

 

Bolha da Vida.

Eduardo Fraga

Quem já não brincou com bolha de sabão? Ela nasce de um sopro e, depois, se desintegra em um momento que não conseguimos prever, às vezes antes, às vezes depois do que imaginamos. Assim é a vida, surgimos como um sopro, o sopro da vida, mas não podemos prever o derradeiro momento da partida. A única certeza é a dor...de quem fica.

 

 

 

 

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